Escondo poemas no sangue espalhado pelo chão, nada está seguro neste quarto sem tecto onde chovem facas todas as noites. Comigo, guardo apenas as fotografias de prévios romances que sobreviveram à acidez das minhas lagrimas.
A vida há muito que abandonou esta sombria divisão, perdida na geografia do pensamento num local onde nem eu ouso entrar.
Estou pronto. Estou pronto como em todas as outras noites em que a lua não me estende os braços para trepar até ao seu coração e o espelho me nega o reflexo do que outrora sonhei.
Quando me encontrarem será tarde, para qualquer outro desfecho diferente deste, em que luar se esbate sobre as laminas ensanguentadas em cima da minha cama.