segunda-feira, 28 de abril de 2008
Escondo poemas no sangue espalhado pelo chão, nada está seguro neste quarto sem tecto onde chovem facas todas as noites. Comigo, guardo apenas as fotografias de prévios romances que sobreviveram à acidez das minhas lagrimas.
A vida há muito que abandonou esta sombria divisão, perdida na geografia do pensamento num local onde nem eu ouso entrar.
Estou pronto. Estou pronto como em todas as outras noites em que a lua não me estende os braços para trepar até ao seu coração e o espelho me nega o reflexo do que outrora sonhei.
Quando me encontrarem será tarde, para qualquer outro desfecho diferente deste, em que luar se esbate sobre as laminas ensanguentadas em cima da minha cama.
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segunda-feira, 7 de abril de 2008
Quem me vai levar para fora desta cidade fantasma, quando nem eu mesmo sei se aqui estou, se sou apenas mais um vulto que eu criei para fazer companhia quando o sono me abandona.
Sinto falta de te sentir quando não estás perto de mim.
Hoje não me recordo do teu rosto, não sei se tens um sorriso bonito, nem tão pouco sei se exististes... apenas sei que espero um beijo teu antes que a morte me leve.
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