Os dias passam por mim em câmara lenta, o amargo deslizar entre cenários ocos de sentimento, onde todas as personagens em cena são figurantes e a narrativa se desenrola em torno da monotonia diária de um niilista.
Lembrar, que um dia, viver fora diferente... Bastava-me os sonhos que pintei em tons purpura no muro da rua onde morava, mas também esses ruíram sobre os escombros do romântico que por momentos fui.
Tranco a porta, e espero a noite passar por entre as folhas vazias do meu caderno preto, adormeço com o bailar do amanhecer nas paredes enquanto a solidão escapa sorrateira por uma fresta da janela.