Vivíamos a nossa juventude de cano apontado á têmpora, esperando o momento em que nós, entorpecidos pela irresponsabilidade que nos era reconhecida, premisse-mos o gatilho que iria impiedosamente por termo á nossa infância.
Um gesto egoísta, que me visita em pensamento, quando na mesma rua onde a minha infância escorreu sombria para a sarjeta, voam crianças montadas em pássaros purpuras que as levam para longe do chão de vidro, que piso descalço.
E tanta vez o gatilho me tremeu entre os dedos... E tanta vez chorei eu, em cima do revolver que me iria tornar um homem. Um homem que deixaria de ter sonhos... Um homem que morreu no dia em que nasceu.